BIOSSEGURANÇA
DOENÇAS
INFECTO-CONTAGIOSAS
São enfermidades causadas por microorganismos (bactérias, vírus ou
parasitas) que são transmitidas à outra pessoa através da água, alimentos, ar,
sangue, fezes, fluidos corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda, pela picada
de insetos transmissores de doenças.
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS MAIS COMUNS
|
1. Hepatite
B;
2. Hepatite
C;
3. (SIDA),
infecção por HIV;
4. Tuberculose;
5. Cólera;
6. Dengue;
|
7. Malária;
8. Meningite;
9. Febre tifóide;
10. Sarampo.
PRINCIPAIS
MEIOS DE CONTÁGIO DAS DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS NA ATIVIDADE DE RESGATE
1.
Contaminação das
mãos do socorrista no contato direto com rádio de comunicação, maçanetas, alça
de sacola de PS, puxadores de portas, macas e pêra de esfigmomanômetro,
contaminados;
2.
Exposição
direta dos olhos, boca e mãos do socorrista às secreções eliminadas pela
vítima;
3.
Inalação
de vírus e bactérias no ambiente onde a vítima se encontra;
4.
Acidente com
agulhas contaminadas no interior de viatura (USA – UR);
5.
Inobservância de
normas de biossegurança durante o próprio processo de descontaminação dos
materiais.
SINAIS E
SINTOMAS
Dependem do tipo de enfermidade. Algumas vítimas de
doenças infecto-contagiosas não apresentam sinais ou sintomas evidentes ou
observáveis. De qualquer forma, procure atendimento médico se um ou mais sinais
e sintomas abaixo relacionados, forem observados após atendimento de ocorrência
de resgate:
1. Febre;
2. Sudorese;
3. Vômitos, náuseas, diarréia;
4. Alteração de coloração na pele;
5. Cefaléia (dor de cabeça);
6. Tosse e dificuldade respiratória;
7. Mal estar geral.
PROGRAMA DE VACINAÇÃO INDICADO PARA OS INTEGRANTES
DAS GUARNIÇÕES DE RESGATE DO CB
- Hepatite B – 3 doses com intervalos (0 – 30 dias e 180
dias); fazer teste de antígenos a cada 5 anos;
- SRC – (sarampo, rubéola e caxumba) – dose única;
- Febre amarela – dose única – validade 10 anos;
- Dupla tetânica – 3 doses;
- Febretifóide – dose única.
Informe-se procure
diretamente o Posto de Saúde de seu município.
BIOSSEGURANÇA
Conjunto de medidas tomadas
para evitar contaminação e transmissão de infecções
ARTIGOS
Compreendem instrumentos de natureza diversa (tesouras, cânulas
orofaríngeas, pranchas curtas, etc.). São classificados quanto ao potencial de
transmissão de infecção para o paciente, em: críticos, semicríticos e não
críticos.
ARTIGOS CRÍTICOS
São instrumentos ou objetos utilizados em intervenções
invasivas, que irão penetrar nos tecidos epiteliais, sistema vascular e em
outros órgãos isentos de flora microbiana própria. Estes materiais devem ser esterilizados.
ARTIGOS SEMICRÍTICOS
São todos os artigos ou objetos que entram em contato
com mucosa integra. Estes materiais devem ser desinfetados.
ARTIGOS NÃO CRÍTICOS
São todos os artigos ou objetos que entram em contato
com a pele integra e os que não entram em contato com o paciente. Estes artigos
devem ser limpos. Entretanto, se
houver suspeita ou confirmação por agentes infecciosos transmissíveis, deve ser
submetida á desinfecção.
PROCESSAMENTO
DE MATERIAIS
DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA
Procedimento
usado em artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus, secreções
corpóreas) para a destruição de microorganismos patogênicos de formas
vegetativas (não esporuladas), antes de iniciar o processo de limpeza. Tem o
objetivo de proteger as pessoas que irão proceder à limpeza desses artigos.
Processo
químico:imersão
do artigo em solução aquosa de hipoclorito de sódio a 0,5 % por 10 minutos.
LIMPEZA
Consiste na lavagem, enxágüe e secagem do material.
Tendo por objetivo remover totalmente a matéria
orgânica dos artigos, com utilização de soluções como detergentes enzimáticos,
detergentes químicos ou desincrostantes.
É o processo final no caso de itens não críticos.
Para
este procedimento são utilizadas água, detergente enzimático, detergente
químicos ou desincrostante.
Manual:
utilizando escovas, estiletes, arames, etc.
Mecânica:
com auxílio de equipamentos tais como lavador ultra-som de baixa freqüência,
lavadora de luvas e outros.
DESINFECÇÃO
É o processo de destruição de microorganismos
patogênicos ou não, na forma vegetativa (não esporulada), de artigos
considerados semicríticos, com o
objetivo de evitar que a próxima pessoa ao utilizar o material seja
contaminada, oferecendo segurança ao usuário.
O artigo deve estar totalmente seco.
Para este procedimento são utilizadas soluções de
hipoclorito de sódio a 0,5%, glutaraldeido a 2 % ou álcool etílico a 70%.
Processo químico:Deixar o material imerso em um balde escuro e com tampa com
hipoclorito a 0,5% por 30 minutos (para cada um litro de água coloque um litro
de hipoclorito de sódio 1%);
ESTERILIZAÇÃO
É o procedimento utilizado para a destruição de todas
as formas de vida microbiana, isto é, bactérias, fungos, vírus e esporos, e
artigos classificados como crítico, com
o objetivo de evitar que os usuários sejam contaminados quando submetidos a
tratamentos que exijam o uso desses artigos.
Processo
físico: vapor saturado sob pressão
com utilização de autoclave.
Processo
químico: imersão total do artigo em
produto químico do grupo dos aldeídos (glutaraldeido ou formaldeido) por 10
horas.
Processo
físico-químico:óxido de etileno.
PRECAUÇÕES
PADRÃO DE BIOSSEGURANÇA
SEGURANÇA DO SOCORRISTA
Procedimentos operacionais
1.1. Lavar as mãos antes e após qualquer
contato com a vítima;
1.2. Utilizar sempre equipamento de proteção
individual:
1.2.1. Óculos de proteção;
1.2.2. Luvas de procedimento;
1.2.3. Máscara descartável;
1.2.4. Evitar contato direto com fluidos
corpóreos e secreções (sangue urina, fezes, vômito, esperma, secreções
vaginais, saliva).
|
Indicado
|
Contra-indicado
|
Álcool etílico a 70%
|
-
Vidros;
-
Superfícies
externas de equipamentos metálicos;
-
Macas
e colchões.
|
-
Acrílico;
-
Borrachas;
-
Tubos
plásticos;
-
Pintura
da prancha longa.
|
Glutaraldeído
|
-
Frasco
de aspiração;
-
Ressuscitador
manual;
-
Cânula
orofaríngea;
-
Luva
de borracha;
-
Tesoura.
|
- Não
é indicado para desinfecção de superfícies
|
Hipoclorito
|
-
Colar
cervical;
-
Sistema
de aspiração;
-
Sistema
de oxigenação;
-
Máscara
de bolso (PocketMask);
-
Cânulaorofaríngea;
-
Tala
inflável;
-
Prancha
longa;
-
Prancha
curta;
-
Colete
imobilizador dorsal;
-
Tala
aramada moldável.
|
-
Em
mármore e metais, devido à ação corrosiva.
|
ARTIGOS QUE
PODEM SER SUBMETIDOS A DETERMINADOS PRODUTOS
UTILIZAR SEMPRE QUE NECESSÁRIO AVENTAL DESCARTÁVEL
SEGURANÇA DA VÍTIMA
Procedimentos operacionais
1.3. Lavar as mãos antes e após qualquer
contato com a vítima;
1.4. Trocar as luvas de procedimentos antes de
examinar outra vítima;
1.5. Descontaminar todo material antes de
utilizar na próxima vítima;
1.6. Utilizar preferencialmente material
estéril para curativo (compressas ou plásticos estéreis) em casos de feridas
abertas.
ATENÇÃO
- É de responsabilidade de todos os socorristas
limitar a possibilidade de infecção cruzada entre as vítimas.
- No local da ocorrência recolher todo o material utilizado para o
atendimento à vítima.
·
Considerar toda vítima como provável
fonte de transmissão de doença infecto-contagiosa.
- Trocar o uniforme,
quando houver exposição direta com secreções da vítima.
NÃO EXISTE RAZÃO QUE JUSTIFIQUE O ESQUECIMENTO DAS PRECAUÇÕES PADRÃO DE
BIOSSEGURANÇA.
LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA VIATURA
Procedimentos Operacionais
1. Manter na viatura os materiais necessários
à limpeza e desinfecção conforme relação padrão.
2. Utilizar EPI sempre, especialmente, calçar
luvas de borracha antes de iniciar o procedimento.
3. Remover todos os materiais permanentes,
inclusive maca ecilindro portátil de oxigênio, utilizados de dentro da viatura
para limpeza no hospital ou, caso não seja possível, em área apropriada do
quartel.
4. Desprezar gazes, ataduras úmidas e
contaminadas com sangue e/ou outros líquidos em saco plástico branco,
descartando-o no lixo do hospital.
5. Desprezar as secreções do frasco de
aspiração no expurgo do hospital
6. Procurar com cuidado material
pérfuro-cortantes (agulhas, bisturis) eventualmente utilizado pela equipe do
suporte avançado e desprezar em recipiente apropriado (caixa de material
pérfuro-cortante).
7. Aplicar por 10 minutos organoclorado em pó
ou hipoclorito de sódio a 1% sobre sangue e outros fluidos corpóreos (vômito,
urina) e após retirar com papel toalha.
8. Limpar todas as superfícies com água e
sabão, removendo com água limpa.
9. Realizar desinfecção com hipoclorito de
sódio a 0,5% ou álcool a 70% para descontaminação final.
ATENÇÃO
·
Manter
a ventilação do compartimento o maior tempo possível.
·
Lavar
interna e externamente os umidificadores de oxigênio pelo menos 1 vez ao dia,
preferencialmente após cada utilização ou atendimento.
·
Não
passar álcool nas superfícies de acrílico.
·
Não
utilizar hipoclorito em superfícies metálicas
·
Semanalmente
deve-se realizar uma limpeza e descontaminação mais ampla (limpeza terminal),
isto é, retirar todo o material da viatura e realizar a limpeza do teto,
paredes, armários (interior e exterior), chão, enfim de todas as superfícies.
·
Não
descartar material contaminado em lixo comum.
·
Em
caso de vítimas com doenças infecto-contagiosas (ex. tuberculose e meningite),
deve-se realizar imediatamente após o atendimento, a limpeza terminal.
DESCONTAMINAÇÃO
DE MATERIAIS
Procedimentos operacionais
1. Descontaminar prancha longa, prancha
curta, colete imobilizador, maca, colchonete da maca, cobertor térmico, tala
aramada moldável, tala e prancha a vácuo:
1.1.Passar hipoclorito de sódio 1% nos locais
onde existir sangue e secreções, deixar por dez minutos;
1.2.Lavar o material com água e sabão;
1.3.Deixar o material secar;
1.4.Recolocar todo o material na viatura.
2. Descontaminar colar cervical, sistema de
aspiração, ambu, máscara, chicote de oxigênio, tecido do manguito do
esfigmomanômetro, tala inflável:
2.1.Deixar o material imerso em um balde
escuro e com tampa com hipoclorito a 0,5% por 30 minutos (para cada um litro de
água coloque um litro de hipoclorito de sódio
1%);
2.2.Após esse tempo, lavar o material com
sabão e água corrente;
2.3.Deixar o material secar;
2.4.Recolocar material na viatura.
ATENÇÃO
·
Manter fechado o balde com diluição de hipoclorito.
- Trocar
a solução de hipoclorito a 0,5% a cada 24 horas.
CONDUTA PÓS-EXPOSIÇÃO A DOENÇAS
INFECTO-CONTAGIOSAS
CUIDADOS LOCAIS
IMEDIATOS
Procedimentos
operacionais
1.1. Lavar prontamente a lesão com água
corrente e sabão;
1.2. Aplicar solução anti-séptica (álcool 70%,
PVPI ou biguanida).
NOTIFICAÇÃO
Procedimentos operacionais
1.3. Notificar imediatamente ao Comandante de
Posto de Bombeiros e à Seção de Resgate do Departamento de Operações;
1.4. Obter informações complementares sobre a
fonte de contaminação;
1.5. O Comandante de Posto de Bombeiros deverá
investigar o ocorrido e providenciar o Procedimento Técnico de Análise de
Conduta Operacional (PROTACO).
APRESENTAÇÃO À UNIDADE
INTEGRADA DE SAÚDE DO CORPO DE BOMBEIROS (UIS/CB)
Procedimentos operacionais
1.6. Apresentar o bombeiro a UIS/CB
imediatamente ou, na impossibilidade, ao hospital de maior referência da
região;
1.7. Proceder à orientação, coleta de material
e profilaxia, se necessária.
PROCEDIMENTOS
OPERACIONAIS
17-01 Cuidados ao abordar a vítima
17-02
Limpeza e
desinfecção da viatura
17-03
Descontaminação
do material
17-04
Conduta
pós-exposição