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sábado, 3 de agosto de 2013

GOLPES DO CALOR

Estresse ou fadiga pelo calor – Cãimbras - Exaustão pelo calor - Golpe de calor

Estresse ou fadiga pelo calor

O grau de conforto humano em um ambiente depende da umidade, temperatura e velocidade do ar.

Em condições de temperatura alta, como o caso de incêndios, o bombeiro tende a diminuir os seus movimentos, mesmo que inconscientemente. A capacidade muscular se reduz, o rendimento diminui e a atividade mental se altera, podendo haver perturbação da sua coordenação sensório-motora.

A freqüência de erros e acidentes tende a aumentar, pois o nível de vigilância diminui, principalmente, a partir de uma temperatura ambiente de 30 oC. Incêndios urbanos podem atingir 1000 oC no nível do teto.

Se for associada alta temperatura ambiente com esforço intenso, condições comuns em incêndios estruturais, o tempo será fator determinante para a eficiência dos bombeiros no combate.

A exposição prolongada força o organismo e, ainda que não se sofra queimadura ou intoxicação por fumaça, é possível que o bombeiro apresente um quadro de estresse ou fadiga intensa.

O próprio equipamento de proteção individual e respiratória (EPI/EPR) é pesado, incômodo, quente e limita os movimentos. Porém é a única forma de proteção contra os efeitos danosos dos componentes do incêndio. Acostumar-se a usá-lo diminui o estresse causado por seu porte.

Cada bombeiro deve saber identificar, em si mesmo e nos demais componentes da guarnição, os sintomas de estresse ou fadiga pelo calor. Os comandantes de socorro e chefes de guarnição devem ter o controle do tempo e das condições sob as quais os bombeiros, sob sua responsabilidade, estão atuando, para revezamento do pessoal no combate, de forma eficiente.

Constituem tipos de estresse ou fadigas pelo calor:
 câimbras;
 exaustão pelo calor;
 golpe de calor.


Cãimbras
São espasmos musculares doloridos, geralmente nos músculos da coxa, que ocorrem depois de um exercício vigoroso, no qual esses músculos tenham sofrido uma intensa demanda física.

As cãimbras não ocorrem somente em ambientes quentes, nem atingem somente indivíduos sedentários, mas aparecem, com freqüência, no combate a incêndio.

A ciência médica não tem certeza da causa das câimbras, mas há indícios de que sejam causadas pela perda de água e sais minerais do organismo, por meio do suor produzido durante exercícios, particularmente, com o aquecimento do ambiente. A perda do suor causa mudança do balanço eletrolítico no corpo.

A desidratação também pode ter uma função no desenvolvimento das cãimbras.

Uma ingestão excessiva de água, com a finalidade de repor o líquido perdido pelo corpo, pode ocasionar uma transpiração excessiva.

Uma das maneiras mais recomendadas para evitar a fadiga dos músculos e minimizar as cãimbras ainda é o treinamento físico, constante  (regular) e adequado do bombeiro.


Um quadro de cãimbra no bombeiro pode ser tratado com as seguintes medidas:

 remover o indivíduo do ambiente quente e colocá-lo em repouso em um local arejado;

 afrouxar e remover roupas em excesso;

 descansar os músculos com cãimbras, mantendo o bombeiro sentado, caso esteja consciente, ou deitado sobre o lado esquerdo, monitorando os sinais vitais e a respiração, se estiver inconsciente. Colocar o membro afetado mais alto que o corpo;

 aplicar compressas úmidas sobre os músculos em espasmos ajuda a aliviar a sensação da câimbra;

 alongar a área afetada, quando este tratamento não causar mais dores do que a ação da câimbra;

 se estiver consciente, pode-se lhe dar água ou uma solução diluída e balanceada de eletrólitos (existem soluções desse tipo comercializadas em supermercados, também chamadas de isotônicos) ou soro de reidratação oral (repondo o sódio, potássio e líquido perdido);

 não ministrar tabletes de sal ou líquidos com alta concentração de sal – vítimas com cãimbras têm uma reserva de eletrólitos em seu organismo que não estão distribuídos corretamente. Repousando, os eletrólitos poderão atingir o equilíbrio adequado, resolvendo o problema.


Exaustão pelo calor
A exaustão pelo calor também é chamada de prostração ou colapso pelo calor e ocorre quando o corpo perde muita água e eletrólitos pela transpiração, podendo evoluir para um quadro de choque hipovolêmico, o qual será mostrado posteriormente.

A transpiração é um efetivo mecanismo de refrigeração corporal, devido à evaporação do suor pelo corpo. Pessoas cobertas por roupas espessas, como as de combate a incêndio, transpiram abundantemente.

Indivíduos que desenvolvem a exaustão pelo calor podem ser acometidos por choque hipovolêmico moderado.

O choque hipovolêmico ocorre quando há uma falha do sistema circulatório em fornecer sangue suficiente para todas as partes vitais do corpo.

Com o calor, o organismo perde água pelo mecanismo da sudorese. Há a dilatação dos vasos sangüíneos mais próximos da superfície da pele, para dissipar o calor adicional.

A freqüência dos batimentos cardíacos é aumentada para suprir essa necessidade ocasionando a contração de alguns músculos e do sistema digestivo. Essa reação de contração muscular é para manter o fluxo sangüíneo para o cérebro, coração e pulmão que são extremamente sensíveis à falta de oxigênio.

Daí ocorre o aumento da freqüência respiratória, para tentar aumentar a captação de oxigênio da atmosfera e acelerar a eliminação do gás carbônico.

A contração dos vasos sanguíneos da pele produz palidez, por falta da compensação de fluxo sangüíneo para os órgãos vitais e para dissipar o calor, diminuindo a temperatura e o enchimento capilar.

Quando esses mecanismos começam a falhar, a vítima desenvolve queda na pressão arterial e começa a apresentar alterações da função do cérebro e de outros órgãos por falta de oxigênio. Se o estado de choque não for tratado, será fatal.

Os sinais e sintomas da exaustão pelo calor incluem severas cãimbras, usualmente no abdômen e nas pernas.


Os demais sintomas são semelhantes aos da hipovolemia:
 pele fria e pegajosa;
 face acinzentada;
 sensação de fraqueza, tontura e languidez;
 náuseas ou dores de cabeça;
 sinais vitais que podem estar normais, mas com pulso rápido;
 temperatura usualmente normal ou ligeiramente alta, mas raramente passando de 40 oC.

As vítimas devem ser removidas prontamente para um ambiente fresco.

Toda roupa apertada terá de ser afrouxada e o excesso de roupas retirado.

A vítima deve deitar-se, urgentemente, e inalar oxigênio.

Além disso, ela precisará ser transportada com urgência ao hospital, podendo ser administrado líquido com eletrólitos por via oral, se estiver consciente, ou endovenosa, se o quadro for de inconsciência.


Golpe de calor
É a enfermidade mais rara, porém a mais séria decorrente da exposição ao calor seco do incêndio e tem sintomas similares à insolação.

O golpe de calor ocorre quando o corpo é submetido a mais calor do que pode suportar, fazendo com que o organismo perca a capacidade de regular a temperatura.

Como o mecanismo normal para liberar o excesso de calor é a transpiração, o calor corporal é então liberado rapidamente, destruindo os tecidos e resultando em morte.

Sem o devido tratamento, o golpe de calor pode ser fatal.

O golpe de calor pode ocorrer também durante uma atividade física rigorosa, particularmente em ambientes fechados, pobres em ventilação e umidade.


Os sintomas são:
 pele vermelha, quente e seca;
 temperatura corporal muito elevada, acima de 40 oC;
 vômitos;
 convulsões;
 contrações musculares;
 respiração profunda, seguida de superficial;
 pulso rápido e forte, seguido de pulso fraco;
 fraqueza;
 escassez ou ausência de transpiração;
 pupilas dilatadas;
 perda da consciência, podendo levar ao coma.


Percebe-se então que os sintomas são contrastantes com os de exaustão pelo calor. Porém, pode evoluir da exaustão pelo calor para o golpe de calor, havendo retenção da umidade na pele, quando o indivíduo não mais transpira e a pele permanece úmida.

O calor corporal é liberado rapidamente no paciente com golpe de calor. A vítima tem uma queda do nível de consciência, e conseqüentemente, diminui a reação a estímulos, pois entra em coma.

Como o pulso é rápido e forte, o indivíduo passa a ficar inconsciente, evoluindo para uma pulsação fraca e diminuindo a pressão sanguínea.

O golpe de calor é uma emergência que ameaça a vida. Por isso, deve ser tratada no hospital, sem demora no atendimento.

A recuperação do paciente dependerá da velocidade e do vigor com que o tratamento é administrado. O corpo deve ser resfriado, por qualquer meio que esteja disponível.

Na cena do incêndio, a vítima deve ser removida do ambiente quente, deslocada para a viatura de atendimento pré-hospitalar e colocada sob o máximo de refrigeração.

As roupas do paciente devem ser removidas, colocando-lhe toalhas ou lençóis molhados. Para isso, pode-se envolvê-lo, sem pressão, com um pano e molhá-lo com a própria mangueira da viatura, transportando-o, imediatamente, ao hospital.

A ambulância deve dar uma notícia prévia ao hospital sobre o problema, para que se prepare um banho com água gelada logo na chegada do paciente. Se houver a possibilidade de aplicar bolsas de gelo, deve-se aplicá-las nas axilas, punhos, tornozelos, virilha e pescoço, além de ministrar oxigênio.


COMBATENDO UM PRINCIPIO DE INCÊNDIO

Na cozinha - Nas roupas de uma vítima - Com aparelhos extintores de incêndio - Capacidade extintora - Aparelhos extintores ( mobilidade - portáteis e sobre rodas, pressurização - direta e indireta, cuidados, capacidade extintora, 2-A e 10-B - Utilização dos aparelhos extintores CO2, água e pó ( bicabornato de sódio e fosfatomonoamônico - classes A, B e C ) - Extintor ( transporte, rompimento do lacre e retirada do pino de segurança, posicionamento à favor do vento, aproximação do foco do incêndio, aplicação do jato em forma de leque, observação de uma possível reignição das chamas )
Combatendo um princípio de incêndio

Ao se defrontar com um princípio de incêndio, chame imediatamente o Corpo de Bombeiros, por meio do telefone 193, ou peça a alguém que chame.

Tente extinguir o fogo em objetos com um aparelho extintor. A forma correta de utilização será explicada posteriormente. Se não for possível, saia imediatamente.

O princípio de incêndio só pode ser combatido com aparelhos extintores enquanto as chamas não atingirem o teto. A partir daí, o fogo desenvolve-se rápido demais.

Se não conseguir ou não puder extinguir o fogo, feche a porta do cômodo onde está o fogo e saia da edificação. Fechar a porta diminui o oxigênio disponível para o fogo e evita que a fumaça se espalhe. Deixe a porta fechada, ela deve ser aberta somente pelos bombeiros.

Se uma pessoa está envolta em chamas, utilize a técnica a seguir descrita.


Na cozinha

No caso de fogo em óleo ou outra gordura, comum em panelas frigideiras:

 tampe o recipiente;

 desligue o fogo;

 deixe-o tampado até esfriar.

Nunca jogue água em gordura. O efeito é semelhante a uma explosão, respingando óleo quente para todos os lados e causando queimaduras graves.

No caso de um incêndio em uma panela, não a remova do local e jamais jogue água sobre ela. Neste caso, desligue o fogão e use uma tampa da panela para abafar o fogo.


Fogo na mangueira do botijão ou em qualquer outro lugar do fogão pode ser extinto aproximando-se, protegido por um cobertor, abafando as chamas e fechando rapidamente o registro de gás.

Se não for possível fechar o registro de gás, não é aconselhável extinguir as chamas, pois criaria as condições para uma possível explosão do ambiente.


Nas roupas de uma vítima

Para apagar o fogo nas roupas de uma pessoa deve-se fazê-la rolar. A vítima não pode caminhar, pois o movimento aviva as chamas.

Deve-se pará-la, deitá-la de bruços e rolá-la no chão. Outra pessoa pode ajudá-la a deitar-se, e usar um cobertor ou um casaco pesado para abafar as chamas.

A vítima terá de rolar para um lado e para o outro, cobrindo os olhos, nariz e boca para proteger as vias aéreas, mantendo as pernas juntas.
Para um treinamento com crianças, pode-se pegar um papel vermelho e colá-lo com fita adesiva nas suas roupas.

A criança que atua como “vítima” realizará o procedimento: parar, deitar e rolar, até que o papel se solte de suas roupas.

Outra criança pode ajudá-la a rolar, e colocar um cobertor por cima, como se abafasse as chamas.

Para tratar a queimadura, não use creme dental, terra, manteiga ou outro produto. Lave a área com água corrente e procure um médico.

Deve-se evitar a utilização de extintores sobre pessoas e animais.


Com aparelhos extintores de incêndio

Os aparelhos extintores de incêndio são dispositivos que contêm um agente extintor (água, pó, gás carbônico, etc.) e são destinados ao combate de princípios de incêndio.

Os aparelhos extintores são projetados para extinguir princípios de incêndio, quando as chamas estão restritas ao foco inicial.


Suas características são definidas de acordo com a quantidade de combustível que se destina a proteger (capacidade extintora, a qual será abordada mais adiante).

Os aparelhos extintores são projetados para ser utilizados por qualquer pessoa, sem a necessidade do uso de equipamentos de proteção.

Por esse motivo, devem ter acionamento simples, de fácil compreensão e utilização rápida. Mesmo possuindo uma forma simples de acionamento, é necessário que os usuários da edificação sejam treinados para utilizá-los, de forma correta e consigam transportá-lo até o local desejado.

O aparelho extintor é desenvolvido para operar a utilização do agente extintor apropriado.


Os aparelhos extintores podem ser classificados:

Quanto à sua mobilidade:

 portáteis — são os aparelhos extintores que podem ser transportados manualmente, sendo que sua massa total não  deve ultrapassar 20 kg (vinte quilos);

 sobre rodas — São os aparelhos extintores cuja massa total ultrapassa 20 kg (vinte quilos), montados sobre rodas e transportados por um único operador. Outra diferença é que a válvula de descarga destes aparelhos é sempre montada na extremidade da mangueira.


Quanto à forma de pressurização:

 pressurização direta (pressurizados) — são aqueles que estão sob pressurização permanente e caracterizam-se pelo emprego de somente um recipiente para o agente extintor e o gás expelente;

 pressurização indireta (pressurizáveis) — são aqueles que são pressurizados por ocasião do uso e caracterizam-se pelo emprego de um recipiente para o agente extintor e de um cilindro para o gás expelente.
  
O emprego eficiente dos aparelhos extintores em princípios de incêndio depende da familiaridade do operador com o aparelho e com as informações apresentadas no rótulo e/ou cilindro.


Cuidados com o aparelho extintor:

 deve ser pintado na cor vermelha e sinalizado, a fim de ser  visto com facilidade;

 deve estar permanentemente desobstruído e em área livre, a fim de garantir o acesso ao aparelho;

 a freqüência de inspeção é de 6 meses para extintores de incêndio com carga de gás carbônico e cilindros para o gás expelente, e de 12 meses para os demais extintores; as inspeções devem ser feitas conforme o estabelecido na NBR 12962 da Associação Brasileira de Normas Técnicas;

 a recarga deve ser efetuada considerando-se as condições de preservação e manuseio do agente extintor recomendadas pelo fabricante ou pela empresa que realizou a manutenção;

 conter rótulo com: a(s) classe(s) de incêndio a que se destina, as instruções de uso, identificação do fabricante e o selo de conformidade expedido pelo Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO).


Capacidade extintora

A capacidade extintora é o principal parâmetro para avaliar a eficiência dos aparelhos e agentes extintores. Define o tamanho do fogo e a classe de incêndio que o conjunto — aparelho extintor e agente extintor — é capaz de debelar, segundo métodos de ensaio padronizados.


Para exemplificar, um extintor com a inscrição em seu rótulo:

 2-A significa que o conjunto é capaz de debelar incêndios em combustíveis sólidos classe A, em que as chamas são de  volume correspondente às produzidas pela queima do engradado de madeira padronizado, definido como 2-A, conforme mostra a Figura 7.

 10-B significa que o extintor é capaz de debelar incêndios em líquidos inflamáveis (classe B), em que o volume das chamas é correspondente à queima do combustível em uma cuba padrão, definidos como 10-B, conforme ilustra a Figura 8.

Os testes de capacidade extintora para a classe A (combustíveis sólidos) são feitos em engradados de madeira, conforme a Norma Brasileira - NBR 9443 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Nesse exemplo, um extintor de capacidade extintora 2-A deve ser capaz de extinguir totalmente o fogo em um engradado de madeira, composto de 78 elementos com dimensões de 45x45x600 mm.

A norma prevê a certificação de extintores de incêndio até o grau 40-A. Cada grau obedece a uma relação de proporcionalidade de volume de combustível (elementos de madeira) e das chamas.

Figura 7 — Quadro de engradados de madeira dispostos para os testes de capacidade extintora para a classe A


Os testes de capacidade extintora para a classe B são feitos em cubas quadradas, contendo uma camada mínima de 50 mm de líquido inflamável de alto poder calorífico sobre um lastro de água de, no mínimo, 150 mm, conforme NBR no 9.444 da ABNT. O combustível normalmente empregado é o n-heptano.

Um extintor de capacidade extintora 10-B deve ser capaz de extinguir totalmente o fogo em uma cuba de 2,30 metros de área, contendo 117 litros de n-heptano. Nessas condições, as chamas podem atingir até 6 metros de altura.

A norma prevê a certificação de extintores de incêndio até o grau 640-B. Os graus são estabelecidos a partir da proporcionalidade do volume de combustível (líquido inflamável). As dimensões das cubas variam de forma a permitir a formação da camada de combustível prevista.



- Quadro de cubas dispostas para os testes de capacidade extintora para a classe B

Cabe ressaltar que a padronização e adoção de engradados de madeira e uso de n-heptano têm por objetivo garantir, sob condições laboratoriais, a reprodutibilidade e repetibilidade dos testes, ou seja, as características do campo de testes e as condições de execução dos ensaios estão previstos de forma que possam ser reproduzidos em diversos centros de pesquisa e repetidos quantas vezes forem necessárias.


Aparelhos extintores

Os aparelhos extintores de incêndio mais comuns, atualmente, quanto ao agente extintor são:

 gás carbônico (CO2),

 água pressurizada,

 pó para extinção de incêndio.


Extintor à base de gás carbônico (CO2)

O extintor de gás carbônico utiliza cilindro de alta pressão, o que exige que não possua costura (soldas); é avaliado pelo seu peso, não possuindo manômetro.

Possui um esguicho difusor, cujo contato deve ser evitado ao utilizar o aparelho extintor, a fim de que não ocorra queimadura por congelamento.

O extintor à base de gás carbônico é indicado para apagar fogo em líquidos inflamáveis (álcool, gasolina, entre outros) e equipamentos elétricos energizados (televisores e rádios, por exemplo).

Deve-se evitar tocar o difusor do extintor quando este estiver sendo utilizado: risco de queimadura devido à baixa temperatura!


Extintores à base de água e de pó

Esses extintores possuem configurações semelhantes, o que pode confundir o usuário em um primeiro momento. As semelhanças encontram-se basicamente:

 na pressão de trabalho — por volta de 10,5 kgf/cm2;

 no manômetro — o qual deve estar sempre na faixa verde, indicando pressão favorável à utilização;

 nos cilindros — ambos possuem costura Possui diferença no rótulo:

 o extintor de água é indicado para incêndio classe A (materiais tais como madeira, borracha, papel e outros que queimam em profundidade, deixando resíduos);

 o extintor de pó é indicado para as classes B (álcool, gasolina, diesel, etc.) e C (equipamentos energizados); alguns são indicados para as classes A, B e C.

Os extintores de pó mais comuns são à base de bicarbonato de sódio e fosfatomonoamônico, assunto abordado no Módulo 1 deste manual, em agentes extintores. O pó age quebrando a reação em cadeia  do processo de combustão para incêndios Classes A e C e por abafamento para incêndios na classe B.

Os extintores à base de bicarbonato de sódio e potássio são indicados para incêndios classes B e C; e os extintores à base de fosfatomonoamônico são indicados para as classes A, B e C.

Utilização dos aparelhos extintores

O extintor, por ser destinado ao princípio de incêndio, é projetado para ser utilizado com qualquer vestimenta, independente do uso de equipamentos de proteção individual.

Os seguintes passos devem ser observados na utilização dos aparelhos extintores, independente de sua classificação quanto à mobilidade. No caso de extintores pressurizáveis há uma diferença no passo 2.


1. Transporte o extintor até o local próximo do foco do incêndio na posição vertical utilizando, para isso, a alça de transporte ou estacionando-o sobre a base, quando extintor sobre rodas.
Se o cilindro não for utilizado na posição vertical (base voltada para o solo), corre-se o risco de não funcionar adequadamente, ou seja, é liberado apenas o gás de pressurização e não o agente extintor (exceção ao de gás carbônico).


2. Rompa o lacre e retire o pino de segurança, para os extintores de pressurização direta. No caso dos extintores de pressurização indireta, rompa o lacre e abra a válvula de pressurização.
3. Posicione-se sempre a favor do vento.

4. Empunhe a mangueira e aproxime-se do foco do incêndio cuidadosamente.
5. Aperte o gatilho e movimente o jato em atacando a base do fogo, procurando cobrir toda a área em chamas de forma sequencial e progressiva, conforme a indicação em azul.

6. Ao final, assegure-se que não houve re-ignição das chamas.
Cuidado com o risco de re-ignição após a utilização do agente extintor.


Jato - Utilização e efeito sobre o fogo

O pó para extinção de incêndio, quando utilizado nas classes A e  C, deve ser aplicado de forma intermitente, para que crie uma película sobre o material em chamas.

Se for aplicado de forma contínua, formará uma nuvem, dificultando a deposição do pó.

Quando utilizado na classe B deve ser aplicado em jato contínuo para que haja a extinção do incêndio por abafamento.

Já o CO2 deve ser utilizado de forma contínua, e o jato deve ser mantido por alguns momentos após a extinção.

Isso porque o CO2 atua afastando o oxigênio do foco. É preciso evitar a reignição das chamas.

A água deve ser aplicada, preferencialmente, de forma contínua para que haja a extinção do incêndio por resfriamento.

Pode-se melhorar o jato de água, utilizando o dedo polegar na saída da água como um dispersor, como se faz com a mangueira de jardim.

No caso de combustível líquido, evite uma pressão muito forte em sua superfície para não aumentar a área de combustão e espalhar as chamas. De preferência, o agente extintor deve ser aplicado num anteparo e não diretamente sobre o líquido.

Nos casos de líquidos inflamáveis, o agente extintor deve ser aplicado em um anteparo e não diretamente sobre o líquido.

Quem utiliza o aparelho extintor deve deixar uma saída livre atrás de si para escapar rapidamente se necessário.

Se houver disponíveis mais de um extintor, eles serão utilizados sobre o foco ao mesmo tempo, por duas pessoas.


FOTOS TURMA 01/2013





HISTÓRICO DO SALVAMENTO - Generalidades

A “proteção” é mais antiga do que o combate ao fogo, pois os nossos ancestrais da Pré-história não conheciam os métodos de combate às chamas e, no entanto, talvez por instinto, já praticavam a “proteção”, retirando das chamas ou dos lugares ameaçados pelo fogo os seus poucos pertences.

A proteção organizada teve início no século XVII. Por ocasião do grande incêndio de Londres, as companhias de seguros mantinham brigadas de bombeiros particulares com o intuito de preservar a propriedade segurada. A proteção efetuada por essa brigada limitava-se apenas à remoção dos bens ameaçados para locais afastados do ponto onde ocorria o incêndio. Os serviços eram prestados somente às pessoas que contribuíam para a manutenção, ou seja, as que tinham uma marca na porta principal de suas propriedades.

Os métodos de extinção daqueles tempos eram práticos. Apagavam-se incêndios com baldes d’água ou com o emprego de pequenas bombas manuais que alcançavam poucas distâncias. Com o progresso, os Corpos de Bombeiros se desenvolveram e aperfeiçoaram seus métodos de extinção, resultando daí o esquecimento da proteção dos bens ameaçados.

Mais tarde nos Estados Unidos, os estudiosos dos métodos de extinção de incêndio verificaram a necessidade de proteger os bens que ainda não tinham sido atingidos pelo fogo e os que sofriam a ação destruidora dos agentes extintores, logo, organizaram novas instituições denominadas Patrulhas Seguradoras. A idéia de proteção no Corpo de Bombeiros surgiu no ano de 1926, tendo o então Tenente-Coronel Ernesto de Andrade, Comandante da Corporação, como precursor, após solicitação ao Exmº Sr. Ministro da Justiça, para que criasse o serviço de salvamento no âmbito da Instituição.

No mesmo ano, pelo aviso Ministerial nº. 2.189, a autorização foi concedida (BG n.º 1, de 3 de janeiro de 1927), publicando a nomeação de uma comissão de oficiais do próprio Corpo de Bombeiros para organizar o referido serviço. Organizado e devidamente regulamentado, passou a funcionar com a denominação de Serviço de Salvamento e Proteção nos Incêndios.

É muito importante ressaltar que, embora seja ensinado ao profissional bombeiro como agir com coragem, autoconfiança, sabedoria e, em algumas circunstâncias, com demasiada ousadia, jamais deverá ser esquecido que sua vida está acima de tudo e que deverá sempre agir com cautela e segurança. Por isso, todos os trabalhos devem ser realizados por equipes que disponham de todos os materiais possíveis de proteção individual e coletiva.

Dessa forma, conceituamos a nossa atividade de salvamento como sendo toda e qualquer atividade realizada por equipe especializada, com conhecimentos táticos e técnicos adequados, com o objetivo de salvaguardar vidas e bens.


Generalidades

As operações de salvamento consistem, basicamente, na remoção de pessoas, animais e/ou bens dos mais variados sinistros ou calamidades, com a finalidade de salvaguardar sua integridade física e psíquica e/ou aplicar os atendimentos no que diz respeito ao primeiro exame (primeiros socorros), o que torna o serviço altamente especializado, o qual exigindo dos socorristas grande e amplo conhecimento profissional em função das diversificações das atividades e dos materiais nele empregados.


Em virtude das circunstâncias em que é efetuado o salvamento, encontramos grande esforço exercido pela guarnição em:
 
1) empregar corretamente as técnicas desenvolvidas;

2) empregar adequadamente os materiais;

3) atingir o objetivo da operação desenvolvida;

4) localizar e alcançar as vítimas;

5) assegurar-lhes a vida.


Os serviços de salvamento e primeiros socorros são interligados por natureza da profissão, nos quais os executantes de ambas as atividades são denominados de “socorristas”.

Pode-se dizer que os serviços de salvamento consistem na remoção cuidadosa de pessoas, animais e/ou objetos dos mais variados sinistros e do atendimento imediato em primeiros socorros, antes que os cuidados médicos sejam prestados.

A responsabilidade dessas vidas humanas, nas mãos desses socorristas, se dá devido às suas especialidades e ao grande conhecimento profissional. Não somente a predisposição do socorrista é fator essencial à missão; outras virtudes são de grande importância, tais como: coragem, vigor físico, calma, energia, inteligência, iniciativa, facilidade em improvisar com os meios existentes, etc. Dentre as várias modalidades de salvamento, o bombeiro, quando não é completo em suas qualidades, deve ser um bom conhecedor da modalidade em que irá agir. Podemos até citar, como exemplo, o salvamento a afogados, em que o bombeiro além de conhecer a técnica a será aplicada terá de ser um exímio nadador, pois, uma falha acarretará o perecimento da vítima e também colocará em risco, a própria vida do socorrista.

Nos salvamentos em altura, o bombeiro, além de suas habilidades, deverá ser isento de vertigens, para que não coloque em risco a vida pessoal e de terceiros. Os conhecimentos técnicos que justificam essas ações tornar-se-ão completos quando for observado o perfeito manuseio dos aparelhos, equipamentos e materiais próprios para o salvamento. E assim, com uma conduta definitiva, os trabalhos serão executados com rapidez e perfeita segurança.

O socorrista é sempre um profissional dotado de grandes qualidades, porém em situação alguma deverá trabalhar isolado nas operações de salvamento, tendo sempre de trabalhar em dupla, buscando o melhor desempenho e auxílio contra os riscos. Nas operações a serem desenvolvidas, o reconhecimento antecipado das condições existentes ajudará a evitar danos decorrentes do trabalho.

É importante lembrar que o socorrista, quando de posse de informações, trabalhará com rapidez e seu rendimento será maior. A informação torna-se uma de suas garantias contra prováveis acidentes durante o serviço de salvamento.

É importante lembrar que, além de pessoas, animais e bens materiais retirados ou auxiliados em situações adversas (colocados ou transportados para locais apropriados), outros procedimentos também são de suma importância, tais como: escoramentos, coberturas, remoções, amarrações, abertura de portas, etc.

Podemos então afirmar que salvamento é toda e qualquer operação realizada por uma equipe de bombeiros ou não, com a finalidade de salvaguardar vidas e bens em situações de riscos.

CÓDIGO DE UM COMBATENTE

Existem algumas normas fundamentais de procedimentos e comportamentos ditadas pelo bom senso e confirmadas pela experiência, as quais devem ser seguidas por todos os salvadores, sendo dispostas na seguinte ordem:

1) estar fisicamente preparado: cuidar para que tenha condições de tomar parte em qualquer atividade de salvamento;

2) estar psicologicamente preparado: sentir-se sempre à altura das circunstâncias e das responsabilidades inerentes à atividade, bem como dos riscos que ela possui, com uma decidida convicção interior;

3) estar tecnicamente preparado: manejar com destreza o material e adquirir a experiência necessária que permita tomar as decisões apropriadas, diante de qualquer problema, mantendo-se também atualizado quanto às novas técnicas, materiais e procedimentos;

4) conhecer as próprias limitações e reações (assim como as dos companheiros), frente às situações de emergência: permanecer sempre abaixo de suas possibilidades para conservar uma boa margem de segurança;

5) conhecer todos os riscos inerentes às atividades, bem como quais materiais e procedimentos podem ser utilizados para eliminá-los ou diminuí-los;

6) planejar bem as atitudes a serem tomadas, em função da ocorrência (riscos, pessoal, material disponível, vítimas, etc.);

7) saber renunciar, quando as condições do evento solicitarem uma mudança do plano de ação ou quando não se sentir seguro ou não estar condicionado a realizar a atividade;

8) estar consciente da responsabilidade sobre o cumprimento da ordem recebida, como fator preponderante no cumprimento do plano de ação e na solução do evento de forma coordenada;

9)  cuidar para que os prejuízos não sejam aumentados por ações incorretas ou desnecessárias durante a atividade;

10) não transformar a atividade de salvamento (seja treinando, demonstrando ou até mesmo no socorro) em uma amostra exibicionista ou agressiva. As atividades desenvolvidas, de forma técnica e com correção, causam espanto e admiração até em ótimos profissionais.